O trem é um símbolo de pontualidade, regularidade, confiabilidade, segurança conforto e contemplação. Esse símbolo também de modernidade nos idos de seu surgimento, no início do século XIX, ganha um novo significado nos tempos atuais.
Uma tendência que surge na Europa, o aumento das viagens turísticas utilizando a malha férrea, e que promete se expandir ainda mais nos próximos anos, tem menos a ver com os trens propriamente ditos e mais com a crescente demanda de um turista consciente sobre a situação climática e o impacto dos combustíveis fósseis no planeta.
Os próprios países têm adotado políticas públicas focadas no estímulo a esse modal de transporte. O governo espanhol, por exemplo, zerou tarifas para alguns trajetos na companhia estatal de transporte, Renfe. Áustria e Alemanha haviam criado medidas parecidas com o mesmo fim, embora não tão agressivas. É uma busca por uma redução da pegada climática deixada pelo continente europeu em linha com os objetivos do Acordo de Paris, que visa reduzir os impactos das emissões, evitando um aumento demasiado da temperatura no planeta.
Mas não só a iniciativa pública e global está ligada no tópico. A tendência ESG (Environmental, Social and Governance ou Meio ambiente, Social e Governança, em português) se liga também ao negócio do turismo e surgem startups totalmente focadas em um turismo ambientalmente correto. É o caso da Byway, que oferece uma tecnologia que permite a criação de roteiros personalizados que utilizam apenas trens, ônibus e barcos, reduzindo o impacto de emissões de dióxido de carbono em até 90%. A disponibilidade é apenas para alguns países europeus, por enquanto.
O Brasil possui uma malha ferroviária para passageiros bem precária e, com isso, os ônibus acabam sendo a única opção para quem quer reduzir seu impacto. Isso não deixa de apresentar algumas oportunidades de passeios focados em transportes coletivos como metrôs ou ônibus nas grandes cidades. Ser criativo é a obrigação.
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